Durante o desenvolvimento da atividade prática de Desenho Artístico, ficou evidente o quanto essa habilidade vai além de simples representações visuais — ela é uma forma poderosa de comunicação, expressão e criação no campo da arquitetura.
Com o passar dos anos, muitos estudantes deixaram essa prática de lado, priorizando ferramentas digitais. No entanto, os exercícios propostos em aula revelaram o valor insubstituível do desenho manual para o aprimoramento dos traços e das técnicas essenciais ao processo criativo.
Técnicas e Cuidados Essenciais no Desenho Manual
Durante as aulas, reforçou-se a importância de manter firmeza e continuidade no traço, evitando múltiplos rascunhos que comprometem a limpeza do desenho. Também foram abordados aspectos fundamentais, como:
- Postura correta e confortável ao desenhar;
- Posicionamento ideal do papel e do corpo;
- Movimentos fluídos da mão e empunhadura adequada do lápis ou caneta.
Outro ponto de destaque foi o cuidado com a pressão aplicada no papel — o uso de força excessiva pode causar marcas permanentes e prejudicar o resultado final da ilustração.
A Renderização Como Ferramenta de Realismo e Comunicação Visual
Além das técnicas básicas, exploramos a renderização, uma etapa que transforma completamente a percepção do desenho. Por meio de sombras, texturas e efeitos de iluminação, o objeto representado ganha forma, profundidade e realismo.
Essa prática é essencial, especialmente na arquitetura, pois permite que clientes e equipes visualizem o projeto de forma mais clara e sensível. Um bom desenho renderizado aproxima o imaginado do real e facilita a comunicação entre criador, cliente e executor.
Desenhar é Pensar com as Mãos
O desenho artístico, quando bem aplicado, favorece a experimentação, estimula a criatividade e traz soluções visuais rápidas e espontâneas. Ele funciona como uma extensão do pensamento, permitindo que ideias sejam representadas antes mesmo de ganharem forma física.
Como afirma Rafael Perrone (1993):
“Desenhos trazem a presença, tornam reais objetos imaginados, aproximam entes distantes, fazem explicativos o desconhecido e o incompreensível.”
Essa reflexão reforça o valor do desenho no universo da arquitetura — não apenas como técnica, mas como ferramenta essencial no processo de criação.
Referência Bibliográfica
PERRONE, Rafael Antonio Cunha. O desenho como signo da arquitetura. 1993. Tese (Doutorado em Arquitetura) — Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo.